Carlo Ancelotti concedeu entrevista exclusiva e comentou a despedida emocionante do Real Madrid, a mudança para a Seleção Brasileira, a adaptação ao futebol local e as expectativas para a Copa do Mundo, além de avaliar jogadores como Casemiro, Militão, Vinícius, Rodrygo, Endrick e Neymar.
Despedida do Real e nova etapa no comando da Seleção
Ancelotti recordou o dia da sua despedida no Santiago Bernabéu como um momento muito emotivo e bem preparado pelo clube. Disse que sabia que a saída poderia acontecer um dia e que foi "o melhor dia possível" para se despedir de Madri.
Sobre a decisão de assumir a Seleção Brasileira, afirmou que a ideia de trabalhar com a seleção é diferente do trabalho em clubes, trouxe um grande desafio e muito entusiasmo. Ancelotti disse que tomou a decisão correta e que aprecia o ritmo de trabalho mais tranquilo, com mais observação do que intervenção direta.
Vida no Brasil e foco no futebol local
O treinador afirmou que passa grande parte do tempo no Rio de Janeiro e que está aprendendo sobre a cultura e a estrutura do futebol brasileiro. Comentou que a confederação tem uma presidência jovem interessada em mudanças positivas.
Ancelotti destacou que tem assistentes cuidando dos jogadores na Europa, mas que ele próprio presta muita atenção ao campeonato brasileiro, que considera um campeonato muito competitivo. Citou que atualmente há sete jogadores da liga local no elenco e elogiou a disputa entre Palmeiras e Flamengo.
Decisões sobre jogadores e estilo de seleção
Sobre a convocação, Ancelotti explicou o retorno de Casemiro: Casemiro é líder e peça fundamental para o time, posição difícil de substituir. Falou também de Militão, que está totalmente recuperado e voltou ao melhor nível.
Comentou a trajetória de Vinícius: reconheceu que o jogador demorou a repetir o nível do Real Madrid com a Seleção, mas vem melhorando nas últimas partidas e voltou a marcar e dar assistências. Sobre o episódio do El Clásico, disse que foi um erro do atleta, que pediu desculpas e precisa aprender com isso.
Falando de Rodrygo, afirmou que o jogador passou por um momento difícil, mas hoje está motivado e feliz, e que recebeu apoio pessoal e profissional. Sobre Endrick, o treinador negou declarações atribuídas a ele: não é verdade que eu disse que Endrick precisa sair do Real para ir à Copa; a decisão é entre o jogador e o clube.
Acerca de Neymar, Ancelotti lembrou que ninguém discute o talento dele, mas ressaltou as recentes dificuldades com lesões e a necessidade de recuperar a melhor forma física devido às exigências do futebol moderno. Sobre Vitor Roque, comentou que é um atacante com bom faro de gol e que pode brigar por uma vaga na lista final.
Fé na torcida e objetivo para a Copa
Ancelotti elogiou a paixão histórica dos torcedores brasileiros e afirmou que essa energia será importante na Copa. Acredita que a Seleção tem qualidade para lutar pelo título e que o objetivo é conquistar a sexta taça mundial, reconhecendo também a força de outras seleções favoritas, como a Espanha.
Sobre possíveis críticas por ser estrangeiro no comando, disse que foi bem recebido e sente muito carinho tanto da confederação quanto do público nas ruas.
Legado no Real Madrid e avaliação da última temporada
O treinador recordou os anos no Real Madrid com orgulho, citando as viradas memoráveis na Champions League e o trabalho coletivo entre comissão, jogadores e clube. Ancelotti é o técnico com mais títulos na história do clube, com 15 troféus.
Ao avaliar a temporada mais recente, explicou que as derrotas e a queda de rendimento se explicam pelas muitas lesões na defesa, perda de estabilidade e adaptações táticas forçadas. Reconheceu que a chegada de Mbappé foi importante, mas que os problemas defensivos impactaram o resultado final da temporada.
Reconhecimentos a outros treinadores e a grandes jogadores
Ancelotti elogiou Xabi Alonso e disse que sempre acreditou em seu futuro como treinador. Sobre Cristiano Ronaldo, afirmou ter certeza de que ele chegará às 1000 bolas no histórico de gols, destacando a profissionalidade do jogador.
Por fim, mostrou otimismo com o futuro do futebol e com a Seleção Brasileira rumo à Copa do Mundo, manifestando satisfação pela recepção que recebeu no país.






